Nesse calor, no frio...não importa!
Chá é sempre bom!
Ajuda a manter a boa forma, celebra o encontro de pessoas queridas, acompanha biscoitinhos, mantêm a serenidade do dia, enfim possui várias funções!
Que tal conhecer um pouco mais sobre a origem do chá?
Existem várias lendas em
torno das origens do chá. A mais popular é uma lenda chinesa que conta que no
ano 2737 a.C.,
o imperador Shen Nung descansava sob uma árvore quando algumas folhas caíram em
uma vasilha de água que seus servos ferviam para beber. Atraído pelo aroma,
Shen Nung provou o líquido e adorou. Nascia aí, o chá.
Esta lenda é divulgada como
a primeira referência à infusão das folhas de chá verde, provenientes da planta
Camellia sinensis, originária da China e da Índia. O tratado de Lu Yu,
conhecido como o primeiro tratado sobre chá com caráter técnico, escrito no
séc. VIII, durante a dinastia Tang, definiu o papel da China como responsável
pela introdução do chá no mundo.
No inicio do século IX monges japoneses levaram algumas sementes e
introduziram a cultura do chá que se desenvolveu rapidamente. O chá
experimentou nestes dois países - China e Japão - uma evolução extraordinária,
abrangendo não só meio técnico e econômico, mas também os meios artísticos,
poéticos, filosóficos e até religiosos. No Japão, por exemplo, o chá é
protagonista de um cerimonial complexo e de grande significado.
Referências antigas na literatura européia a respeito do chá, mostram o
relato de Marco Pólo em sua viagem e que o português Gaspar da Cruz teria
citado o chá numa carta dirigida ao seu soberano. Já a sua importação para o
continente europeu ocorreu no início do séc. XVII pelos holandeses, em função
do comércio que então se estabelecia entre a Europa e o Oriente.
A partir do século XIX na Inglaterra, o consumo de chá difundiu-se
rapidamente, tornando-se uma bebida muito popular. Essa popularidade
estendeu-se aos países com forte influência inglesa, como os Estados Unidos,
Austrália e Canadá. Hoje, o chá é a bebida mais consumida em todo o mundo.
Atualmente, o processo produtivo, em linhas gerais, resume-se a:
· Colheita;
· Limpeza e retirada das impurezas;
· Vaporização, por tempo que varia conforme o
tipo e produtor;
· Desidratação (secagem) das folhas; que
alterna ventilação, pressão e manuseio, para formatar cada folha como se fosse
uma agulha. De cada quilo, restam menos de 200 g de chá.
Nesse processo, os brotos de
chá colhidos perdem 80% do seu volume, mas permanecem intactas todas as suas
propriedades, como cor, sabor, perfume, além das vitaminas e da famosa
catequina (polifenol que tem a virtude de reduzir o mau colesterol). O chá
verde é de qualidade mais herbácea ou vegetativa que o preto ou oolong. Uma
xícara de chá verde é geralmente mais leve e com mais nuances que outros chás
Cerimônia do chá
Em nenhuma outra parte do mundo, o chá teve uma contribuição ao meio
cultural foi tão notável quanto no Japão, onde seu preparo e sua apreciação
adquiriram uma forma distinta de arte.
No Japão, as pessoas, ao serem convidadas para uma reunião de chá,
costumam comparecer com antecedência: aguardam sentadas em uma pequena sala,
desfrutando da companhia uma das outras e desligando-se das atribulações do
cotidiano. Esse encontro representa a
manifestação clara de uma sensibilidade interior que se adquire através do
estudo e da disciplina do Chado (TCHADÔ), o Caminho do Chá. Chado é um termo
relativamente recente, com o qual se designa o ritual de preparar e tomar o
chá, originado no século XV. Nessa época, o chá
era utilizado como um suave estimulante, que favorecia ao estudo e à meditação,
tendo sido valorizado também como uma erva medicinal.
A partir disto, mestres de chá devotos do Chado, desenvolveram uma
estética, que se inseriu na cultura japonesa. Houve, entretanto, um mestre de
chá que, durante toda a sua existência, concebeu essa filosofia como um estilo
de vida e instituiu o Chado como um meio de transformar a própria vida em uma
obra de arte - Mestre Sen Rikyu. Sen Rikyu resumiu os princípios básicos do
Chado nestas quatro palavras: Wa, Kei, Sei e Jaku.
Wa significa harmonia. A harmonia entre as pessoas, a pessoa com a
natureza e a harmonia entre os utensílios do chá e a maneira como são
utilizados.
Kei significa respeito. Respeitam-se todas as coisas com um sincero
sentimento de gratidão pela sua existência.
Sei significa pureza, tanto universal, quanto espiritual.
Finalmente, Jaku significa tranqüilidade ou paz de
espírito e isto resulta da percepção dos três primeiros princípios.
Os monges Zen, que introduziram o chá no Japão, estabeleceram os
fundamentos espirituais para o Chado e desenvolveram a estética do chá,
incluindo, não apenas as regras para preparar e servir o chá, mas também a
manufatura dos utensílios, o "conhecimento" das belas artes e das
artes aplicadas, o "desenho" e a construção das salas de chá, a
arquitetura dos jardins e a literatura.
Uma xícara de chá, preparada
segundo os princípios do Chado, é o resultado de uma ritual de simplicidade desenvolvido
para atender as necessidades de busca da tranqüilidade interior do homem.